Para Falar, Pensar e Escrever

Um recurso bastante apropriado para facilitar o desenvolvimento verbal é o uso de figuras ou ilustrações. Este tipo de estímulo visual tem sido amplamente empregado em situações escolares e terapêuticas visando, principalmente, estimular e enriquecer a expressão e a compreensão da linguagem.

“Para falar, pensar e escrever” foi cuidadosamente planejado com o intuito de propiciar ao clínico, e ao professor, um material atraente e de qualidade que contribua,
efetivamente, para o aprimoramento linguístico, oral e escrito, de seus pacientes ou alunos.

Com foco em uma estimulação mais globalizada, o caderno está dividido em três partes: cenas, figuras e letras.

Parte I: 78 Cenas
São 78 ilustrações que representam situações diversas, as quais podem ser empregadas para o trabalho com a compreensão e expressão oral e escrita. Por exemplo, para trabalhar a compreensão, pode-se descrever oralmente, ou por escrito, uma das três cenas que compõem cada uma das páginas, sendo que a criança deve apontar aquela que é a correta.
Para desenvolver habilidades expressivas, orais ou escritas, a criança pode ser incentivada a descrever as cenas que está observando, ou criar situações imaginárias que vão além da ilustração e que possam se transformar em narrativas, na forma de “histórias”.

Parte II: 784 figuras
A segunda parte está composta por 784 figuras, sendo que algumas delas se repetem em razão dos fonemas que apresentam. A maneira pela qual as figuras podem ser usadas é diversificada. Seguem sugestões ou possibilidades:
1. Trabalho com os fonemas consonantais para produção adequada da fala. As figuras foram selecionadas para contemplar todas as consoantes do português do Brasil, nas mais variadas posições dentro das palavras, levando-se ainda, em consideração, a tonicidade das sílabas. 

2. Trabalho com vocabulário. As centenas de figuras disponíveis permitem ampla estimulação para domínio de vocabulário. Predominam ilustrações que representam substantivos, porém elas podem ser exploradas de várias maneiras, adjetivando-as, como por exemplo: “flor amarela”, “coqueiro envergado”, “amoras maduras” e assim por diante.

3. Trabalho com a consciência fonológica. Para desenvolver habilidades visando a tomada de consciência da estrutura sonora das palavras, pode ser solicitado que a criança descubra um determinado som em diferentes palavras, assim como que aponte ou agrupe aquelas palavras que contêm sons em comum: palavras que começam com o mesmo som; palavras que rimam, que possuem os mesmos sons em qualquer posição dentro das palavras.

4. Trabalho com a memória fonológica. Com a finalidade de aprimorar a extensão da memória de palavras, pode-se nomear grupos de figuras em cada página, para  que a criança repita e depois aponte as ilustrações correspondentes. A extensão de cada série de palavras pode aumentar gradativamente.

5. Trabalho com a memória visual. Tendo como objetivo melhorar habilidades de memória visual, pode-se apontar séries de figuras em cada página, para que depois a criança se lembre e demonstre quais foram as ilustrações apontadas.

6. Trabalho com a nomeação rápida das figuras. Para estimular habilidades em fluência verbal, mais especificamente, na velocidade de nomeação das figuras, pode-se solicitar que a criança denomine, o mais rapidamente que puder, conjuntos determinados de figuras que estão dispostas em cada página.

7. Trabalho com compreensão e associação semântica. Uma atividade linguística bastante favorável para o trabalho com a compreensão e os componentes semânticos das palavras é a descrição das características e ou funções dos objetos por elas representados. Neste sentido, pode ser muito útil dar “dicas” ou “pistas” a respeito dos objetos, para que a criança, ao integrar as informações que recebe, possa descobrir a figura correta. Exemplo para a palavra “vassoura”: “É usada para limpeza; tem cabo; tem pelos...”.

8. Trabalho com a ortografia. Para as crianças que já sabem ler e escrever, as figuras podem ser utilizadas para incentivar a consolidação da escrita e o domínio da ortografia. A atividade pode ser espontânea e sob ditado. O importante é que a criança tenha oportunidade de observar e analisar as características ortográficas das palavras e aprofundar seus conhecimentos a respeito das correspondências fonema-grafema. Por exemplo, para memorizar a grafia das palavras, a criança  pode primeiramente ler as palavras de uma página, fazer comentários a respeito das características ortográficas que elas apresentam e, logo em seguida, escrevê-las a partir de um ditado.

Parte III: 135 fichas contendo letras do alfabeto
Com a finalidade de enriquecer e estimular a atividade de escrita, o material oferece 135 fichas (para serem recortadas), as quais contêm todas as letras do alfabeto, incluindo o “Ç”, alguns dígrafos, as vogais nasais “Ô e “Õ”, as vogais “A”, “E”, “I”, “O” e “U” com os possíveis acentos agudos e tônicos. Para propiciar a escrita de várias palavras ao mesmo tempo, as letras se repetem. Sugestões de uso das letras:
· Praticar o traçado das letras;
· Estabilizar a nomeação das letras seguindo a ordem do alfabeto e de forma aleatória;
· Diferenciar nome da letra do som que a letra representa. Por exemplo, a letra “F”,chama-se “efe” e representa o som /f/.
· Identificar semelhanças e diferenças entre as letras;
· Trabalhar o conceito de acentuação das palavras;
· Trabalhar o conceito e o uso de dígrafos, ou seja, duas letras que, juntas,representam um único som;
· Escrever os nomes das figuras